quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Coração Ferido



Finalmente o grupo de amigos se encontra no local e hora combinados.
Allyson vai dirigindo, Carlos vai no banco do carona, as três garotas seguem no banco de tras, Marcela tem o mapa nas mãos, ficou no meio entre Pamela e Adriana para orientar melhor os rapazes pelo caminho a seguir. Pamela estava passando um creme para proteger os cabelos do sol e Adriana estava lembrando de uma conversa que teve com seu amigo, entretanto ela fora mal compreendida. E Não houve tempo para esclarecer.

“ – Voce riu de mim !!!” – Esbravejava Garou.
“ – Claro que não, eu não iria rir de você” – respondia Adriana
“ – Claro que não, é mais cômodo pra você dizer que não” – retrucava o amigo
“ – Garou, isto é um mal-entendido... eu ri da piada, não de você.”

Garou e Adriana eram muito amigos e muito unidos, tanto que muitas vezes um conseguia sentir a tristeza ou alegria do outro

“ – Voce riu!” – afirmava o rapaz.
“ – Claro que não! Jamais iria rir de você. Eu jamais iria rir de alguém, ainda mais de você.” – Afirmava a garota.
O caso era simples, Garou estava tenso, tivera uma semana péssima, qualquer coisa o faria explodir. Adriana por outro lado, teve uma semana mais tranqüila que o amigo, quando os dois se encontraram era obvio que qualquer atitude impensada causaria uma briga. Garou havia contado um fato para a amiga, que abriu um sorriso para acalma-lo e em seguida riu imaginando a cena que havia sido descrita por ele com bonecos de lego.

Este fora seu erro. Garou não aceitava os inúmeros pedidos de desculpa da amiga.

“ – Eu não ri de você, eu errei por fazer você pensar isso, me desculpa”
“ – Como pode fazer isto comigo ??”
“ - Eu jamais iria rir de você, Que Zeus jogue um raio divino em mim se eu fiz isso, prefiro a morte a rir de você” – justificou a garota.
“ – Eu jamais imaginei que você iria rir de mim... Justo você, que eu tinha como minha melhor amiga” Disse Garou e se afastou caminhando
“ – Mas... Garou...”
Adriana ainda correu atrás do amigo, mas não teve coragem para toca-lo e faze-lo parar... apenas ficou observando a silhueta do amigo sumir de sua vista. Doia em sua alma a frase que ouvira “Eu tinha como minha melhor amiga”. O coração de ambos estava machucado. Dias depois soube que ele havia falecido em um trágico acidente...

“ – Voce concorda também Dri ?” – Perguntou Marcela, trazendo Adriana de volta ao tempo presente.
“ AH ? Desculpa, eu tava longe” – falou a garota
“ – Percebi” – sorriu a amiga. “ – Acha melhor descansarmos antes de seguir, ou prefere para ao anoitecer ?” Questionou Marcela.
“ – Parar agora... minhas pernas estão dormentes” – reclamava Pamela
“ – Bem.... acho que já temos uma resposta..” – sorriu Adriana, aprovando a idéia de Pamela.
“ – Bom, garotas... vamos parar naquela lanchonete de beira de estrada”
Carlos e Allyson decidiram seguir após o almoço, Carlos em especial não gostava da idéia de agir de estomago vazio.

“ – Estava pensando no incidente Dri ?” Questionou Marcela
“ – Parece que voce le minha mente. Sim eu estava pensando.” – Respondeu
“ – Ainda se culpando ?”
A garota apenas balança a cabeça confirmando.
“ – Acho que está sendo muito dura com você.”
“ – Sabe... “ – falou Adriana “ – Doeu muito e ainda dói lembrar as palavras dele, eu fui acusada de algo que não sou e isso tem machucado meu coração”
Marcela abraça a amiga, ela sabia que nada doía mais do que ser acusada injustamente. Ainda mais por quem tanto se estima.
“ – ObA ! Hora do abraço coletivo!!!!!!!!” – falou entusiasmada Pamela, Logo, Marcela e Adriana estavam a sorrir novamente.
“ - Bom garotas.. hora de seguir viagem...” - Falou Allyson quando se aproximou.

Cada um carregava uma dor em seu coração, uma dor que não havia cura, um fantasma que saia de sua tumba para lembrar o erro de cada um... A injustiça sofrida por cada um sem ter a chance de se defender. Seus fantasmas eram os acusadores, os juízes, os jurados... e sempre a sentença era a mesma: culpado !


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Nasce um grupo


Após longas horas de conversa e duvidas, apenas chegou-se a conclusão de que estavam reunidos por algum motivo maior e que de alguma forma, todos poderiam ter algum acesso aos eventos que estavam se apresentando. Faltava descobrir que dons cada um tinha e qual a forma de usar... A duvida era uma: Como se descobre ?
Todos viram a estranha nuvem cobrir as casa, Marcela podia jurar que havia um ser manipulando aquela estranha nuvem...
“ – Vamos ficar de braços cruzados enquanto as pessoas morrem ??” – reclamava Carlos.
“ – Se acalma, não somos heróis, está bem?” – Allyson tentava acalmar o amigo. Ele também se sentia um inútil por nada fazer por aquelas pessoas.
“ – Mas nós tentamos avisá-los, tentamos impedir estas mortes” dizia Pamela.
“ – Mas não está certo! Avisamos e fugimos, deixando os outros entregues a sua própria sorte ?” – Carlos estava inconformado, não gostava de ser um mero espectador, ainda mais nesta estranha situação.
A estranha nuvem negra com olhos destruía tudo que estivesse ao seu alcance... Os edifícios rachavam.. Tremiam e muitas vezes caiam.. Raros os que continuavam em pé. Objetos eram lançados como em um redemoinho.. Era tudo pura destruição.
“ – Isto é horrível!” – foi a única coisa que Adriana pode dizer ao ver o caos que estava se instaurando
“ - Como algo que não vêem pode tirar suas vidas e destruir tudo tão rápido ? – questionou Marcela
“ – Eu não sei, mas se pode destruir, também pode ser destruído. Eu vou lutar contra isso. Só ainda não sei como” – Disse um confiante Carlos
“ – Eu estou com você” – Afirmou Adriana
Marcela e Pamela balançaram a cabeça concordando
“ – É... não somos super- heróis, mas vamos ter vilões de alto nível... To nessa ! Onde eu pego minha fantasia colante mesmo ?? – Brincou Allyson
Todos riram. Realmente um grupo estava formado.


No dia seguinte, os amigos retornam para a cidade. Lá descobrem que as pessoas nada viram ou sentiram... algumas morreram estranhamente, prédios ruíram outros caíram, mas ninguém soube explicar como. Ao buscar uma explicação, encontraram como resposta que poderia ter sido uma explosão de gás de cozinha. Era a única explicação para corpos voando e prédios caindo.
Curiosamente apenas uma parte da cidade fora afetada.
“_ Esta coisa traçou um caminho... ela não está aleatória” – observou Pamela. “ – Vejam há marcas negras onde esta coisa passou..”
“ – Voce também está vendo ? “ – questionou Allyson.
“ – Ela não é a única ” – Confirmou Marcela
“ – Acho que todos nós podemos ver este rastro ” – Afirmou Carlos
“ – Mas por que apenas nós ??” – Questionou Adriana
“ – Porque somos os mocinhos..” brincou Allyson
“ – Isso significa que podemos seguir esta coisa ?” – Marcela se animou.

Os cinco correram ate a biblioteca da cidade, pegaram um mapa da região e começaram a fazer anotações em um bloco de notas de Marcela.
“ – Vamos investigar de onde esta coisa vem, assim podemos ter uma idéia de onde ela vai..” – sugeriu Carlos.
Adriana e Marcela começavam a buscar reportagens das cidades próximas, com o intuito de descobrir qualquer noticia sobre este estranho evento.
“ – Gente olha aqui ! Acho que encontrei algo..” - exclamou Marcela.
“ – Vejam.. esta coisa esteve há dois dias nesta cidade, Allyson, você é bom de contas, dá pra ter uma idéia de quanto essa criatura percorre ?
“ – Fácil... se tiver a distancia e o tempo, descobrir a velocidade é fácil... ”
“ – Eu odeio fisica !!!” - Reclamou Pamela
“ – Ainda bem que temos alguém que praticamente é casado com a física..” – brincou Carlos.
Allyson era um aluno perfeito, matérias com boas notas, excelente desportista, apenas não era feliz no campo amoroso.
Após alguns minutos o pequeno grupo de jovens tinha algumas hipóteses a considerar.
“ – Olha, pela velocidade que consegui calcular, esta criatura está mais os menos a um dia de distancia de nós, o que nós dá....” Allyson pega o mapa que Marcela costumava usar nas suas viagens e diz” – temos toda esta área para descobrir onde pode estar”
“ – Mas é uma área grande..” – opinou Marcela
“ – Não temos como restringir este resultado ? ” – Perguntou Adriana
“ – Eí ... é claro que temos... se a criatura veio deste ponto, no leste, não vai retornar para o leste, se chegou até nós, não vai para o sul também... só nos resta o oeste, o que é mais provável, pelo caminho que traçou na cidade... vejam... ” – Falou um Carlos com determinação em sua voz.
“ – Acho melhor prepararmos nossas mochilas de viagem... teremos muito o que percorrer.” – Comentou Adriana
“ – Nós não vamos de carro ?” – questionou Pamela
“ – Claro que vamos, mas ainda sim, temos uma longa viagem e sem direito a shopping ! “ – replicou Allyson sabendo que umas das paixões de Pamela eram os shoppings.
Todos riram, e se dirigiram a suas casas para os últimos preparativos da estranha viagem.

FIM

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Medos e temores


Adriana estava correndo da loja onde trabalhava, algo estava estranho por lá, mas sabia que não deveria permanecer, sempre seguiu sua intuição embora muitos achassem uma bobagem, ela levava a sério.
Estava distante de sua loja, havia ligado para seu sócio e pediu que o mesmo não fosse, embora não compreendesse o real motivo, ele acatou o conselho dela.
Quando se sentiu segura olhou para tras, e pode ver uma enorme nuvem negra com olhos malignos... Nem todos conseguiam ver, mas, algumas pessoas estava vendo e sendo chamadas de loucas... Quando esta estranha nuvem chegava, ocorriam mortes misteriosas, inundações e desmoronamentos.
Neste momento, ela levantou seus olhos aos céus, viu um céu límpido e tranqüilo, com algumas poucas nuvens. Recordou-se então de seu amigo Garou, ele havia alertado para tomar cuidado com eventos estranhos. Na verdade, ela se recordava de cada palavra dita por ele no ultimo encontro

“-Escute Dri, não tenho muito tempo, aliás você nem deveria saber que estou vivo...mas sinto que não vou ter outra oportunidade...
-Então vim te agradecer por tudo que me fez até hoje, obrigado por existir e ter sido essa pessoa que sempre puder contar quando eu mais precisava.
-Agora vou te falar uma coisa o mundo vai passar por um série de eventos estranhos, não os tema...
-Não posso te explicar o motivo disso, mas saiba que estamos lutando para evitar isso!”

Ela sabia que algo estava errado desde que recebera a noticia da morte de seu amigo, antes deste encontro, sua intuição lhe dizia isto, vê-lo vivo, mostrou que sua intuição estava certa, embora não compreendesse a estranha aura que Garou emanava.
“ É fácil dizer, não tema o que vem por aí... difícil é aceitar o fato” Pensava consigo mesma. “ Há algo ocorrendo e não gosto disso, algo está pondo em risco a humanidade...”
Estava correndo, como sempre praticava exercícios, tinha uma boa condição física e uma boa agilidade, corria buscando o ponto mais alto da cidade, uma serra. Seria lá que encontraria com algumas pessoas que como ela também estavam sentindo e vendo alguns itens estranhos.
“ Garou... sei que você está metido nisto de alguma forma, e eu vou te ajudar, só ainda não sei como... mas vou buscar uma forma, eu prometo!” – Prometia a si mesma enquanto se dirigia ao local.
Chegando lá, encontrou 4 pessoas amigas; Pamela, Marcela, Carlos e Alysson.
Marcela entregava um copo com água para a recém chegada amiga, enquanto os demais falavam
“ – Fico feliz que tenha chegado Dri, eu já estava preocupada” – falou Pamela “ – Eu fiquei preocupada desde que recebi seu telefonema, vim direto pra cá”
“ – Se fosse outra pessoa me chamando, eu não viria, mas quando o Carlos me ligou avisando da urgência, vim o mais rápido que pude” – comentou Allyson
“ – Obrigada Marcela” – Falou Adriana após beber a água ofertada. “ – Gente, o que estamos vendo é algo que está fugindo de nossa compreensão. Daqui a poucas horas, aquilo vai atingir o local onde está localizado minha loja, as pessoas que não estão vendo, não aceitam nossas opiniões, não aceitam nossos alertas.”
“ – É isso que estou achando estranho” – comentou Carlos “ – Por que nós ?”
“ – Porque eu não sei, mas temos que fazer algo. Eu estou com medo” – falou Pamela.
Allyson respirou fundo se levantou da roda em que todos estavam sentados e comentou: “ – É estranho... Eu tive um sonho muito esquisito... e ao procurar noticias nos jornais, ficou mais confuso.”

Todos olhavam para Allyson pedindo que ele proceguisse.
Ele tomou um novo fôlego e continuou

“- Eu sonhei com um grupo de 7 pessoas, lutando contra algo que parecia ser eletricidade... acordei exausto, meu corpo doía todo, pesquisei na internet, sobre fatos que envolviam uma espécie de carruagem, Há alguns meses atrás, acho que faz um ano... Houve a noticia de uma carruagem de fogo nas ruas de Nova Iorque, mas a noticia é incompleta, pois nada se refere a como desapareceu, e quem fora o responsável.”
Todos olhavam para o jovem espantados.

“ – Como você fez isso ?” perguntava uma perplexa Pamela.
“ – Desdobramento astral ?” Questionou Marcela
“ Eu não sei.. nunca tive coragem e vontade de fazer uma viagem astral... mas este evento ocorreu há um ano, e eu sonhei há dois , três dias atrás”
“ – É... não faz sentido... mas de alguma... Espera... você foi para o PASSADO ???” – Carlos falou quase gritando.
“ – Isso complica e facilita... será que há um buraco no espaço temporal da Terra ?” – Marcela criava uma hipótese.
“ - Temos que pensar em uma solução e rápido... podemos de alguma forma ajudar alguém e de preferência o bem.”
Adriana buscava com o laço de amizade sentir seus amigos, especificamente Garou, a única coisa que seu coração dizia era instabilidade... Se concentrou mais um pouco em seu coração... queria achar ou dar um raio de esperança ao seu amigo Garou... depois de uns quinze minutos, ela pode senti-lo; sentia uma onda de tristeza envolve-lo...mas não conseguia a causa...”
“ - Dri... você está brilhando...”
“ – aiii...”
Adriana que estava sentada caiu para o lado, como se alguém a acertasse no rosto... e realmente a acertou.. seus amigos a ajudaram e perceberam que no rosto havia dela havia um corte e a marca de um soco...
“- Agora realmente estou assutada” – comentou Pamela
Marcela pegou uma gaze e mercúrio em sua mochila de primeiros socorros
Carlos analisava a marca do soco “ – Olha, eu posso te assegurar, a pessoa que te fez isto, estava proxima de você ou se aproximou rapidamente, pelo ângulo esta pessoa seria mais baixa que você... mas... como cortou seu rosto ??
“ - Eu não sei Carlos....”

Agora é uma questão de honra para nós, temos uma missão, embora não tenhamos um tutor ou alguém para no guiar, temos que agir... Afirmou um destemido Carlos ao grupo.

Começava assim a busca de respostas de 5 jovens amigos.


Fim.

O grito do Oraculo



Uma noite quente de verão, o céu estava estrelado e alua resplandecia o seu mais lindo brilho. Algumas pessoas aproveitavam esta noite de lua nova e estavam se dirigindo para uma balada, outras iam ao encontro de seus amores, enfim, era uma típica noite de sexta-feira.

Entretanto cada um respondia ao seu modo o chamar da lua. Lynnes estava usando uma calça jeans preta e uma mini blusa preta justa. Usava por cima desta roupa um sobretudo preto, feito com seda preta, apenas servia para dar um charme a sua personalidade. Seu corpo esguio alto e magro, sua pele alva e cabelos ruivos contrastava com aquele preto de sua roupa, seus olhos verdes buscavam uma opção diferente da oferecida pela cidade.

Do outro lado da cidade, um rapaz estava sentado sob a relva próxima a cidade observando a lua brilhando no céu...

Lynnes não se sentia muito confortável em ser uma “garota simples”, não gostava da idéia de “perder” seu tempo com baladas, com idas a jogos de futebol, ou coisas do tipo, ela acreditava que existiam coisas que ocorriam além desta superficialidade, existiam coisas mais profundas, que valeriam a pena serem descobertas. A questão era apenas uma: Onde achar ?

Caminhava perdida em seus pensamentos, sem perceber que passara a ser seguida por tres rapazes, quando percebeu correu rumo a floresta que seus olhos puderam avistar, afinal seria mais fácil despita-los ali. A estratégia teria funcionado muito bem, se ela tivesse chegado até perto das arvores e se também um dos jovens não tivesse acelerado seu passo para pega-la.

Um deles puxou seu sobretudo, quando buscou se desvencilhar, já estava no chão, buscando evitar ser imobilizada por um dos rapazes, enquanto os outros dois se aproximavam.

“ - Ela é esperta, está sabendo se desvencilhar das suas mãos.” – falou o jovem ao se aproximar
“ - Não por muito tempo... voce acha que vou ser derrotado por uma menina ?” – Ironizou o que estava tentando imobilizar
“ - Ainda não conseguiu imobilizar seu idiota.??” – reclamou o terceiro.

“ - Me Larga seu idiota... Socorro! - Gritava Lynnes

“ – Pode grita menina, aqui é a mata, ninguém vai te ajudar”
“ – Vamos nos divertir um bocado com ela.”
“ – Será uma agradável noite para nós ! ”
“ – Filhos de Luna socorro !!!!! ”
Ao ouvirem o apelo de Lynnes os três jovens caiem na gargalhada...
“ - To com medinho ...”
“ – Filhos de quem ?? quem é essa P*** ?”
“ – Ela acredita em asneiras... Vai ser melhor ainda.. vamos te mostrar o que os filhos da Luna tem pra te dar hoje garotinha..”
- “ LUNAAAAAAAAA !!!!!!!!!”

Lynnes buscava lutar, mas estava imobilizada por um dos rapazes, sua mente buscava uma forma de se livrar dos seus agressores, mas esbarrava na sua pouca força.

“ – Vão se divertir a noite ? “ – falou um jovem recém-chegado.
“ – Isso não é da sua conta”
“ – Exatamente o que eu gosto de fazer – respondeu o jovem sem se importar com a resposta dada pelo rapaz.
“ – Vem cara, participa com a gente... ela não vai se importar mesmo se tiver um a mais... hahahahahaha... – respondeu
“ – Os olhos verdes de Lynnes refletiam pura revolta da situação em que se encontrava. Também refletiam outra coisa que o recém-chegado percebera.

“ – Prontinho... quem vai ser o primeiro.. ? ” Perguntou o jovem que terminara de amarrar a garota.
“ – Uma ótima pergunta” – respondeu o recém-chegado.
“ – cara eu to doido pra isso, vamos logo...” – Os três começaram a desabotoar suas calças quando o recém chegado falou
“ – vocês não vão tocar um dedo nela... insolentes!!” – Ao terminar de dizer isto, o Recém chegado deu um soco no estomago do que estava mais animado, os outros dois partiram para cima dele, mas receberam também, socos nos estômagos, , vendo que isto seria insuficiente, o recém chegado abriu um sorriso.. “ - Parece que não são tão fracos... gostei ! ” Ao terminar de dizer isto, pegou o rapaz que pulara para imobilizar a garota e deu uma seqüência de socos no estomago, finalizando com uma direta de direita no rosto.
O segundo recebeu dois socos no rosto e um certeiro nas regiões baixas.
O terceiro olhava assustado e perguntou: Quem é você ?
O recém Chegado apenas riu e disse: O Filho de Luna, Seu pesadelo !, Após dizer isto, deu uma seqüência de socos no estomago e nas costas, finalizou atirando-o em cima dos seus comparsas...

“ – Imundos!... ” Falou para os três jovens, pegou a garota que estava amarrada, colocou-a em seu ombro e caminhou para dentro da floresta...
“ Após alguns minutos, ele colocou a garota no chão e a desamarrou.
“ – Muito obrigada filho de Luna”
“ – Regulus”
“ – Obrigada Regulus...”
Lynnes observava cuidadosamente Regulus, quando exclamou:
Seus olhos ... são lindos.. um vermelho e outro verde.
Regulus não era o tipo de ser paciente, estava internamente desejando que aparecesse alguém para que ficasse conversando com aquela garota.
“ – Senhor Regulus, como o senhor me achou ?”
“ – Voce me chamou”
“ – Os olhos de Lynnes brillharam com a resposta, estavam verdes vividos.
“ – O Senhor é filho de Luna ?”
Regulus apenas balançou a cabeça confirmando
“ – Existem outros ? Como o senhor ? ”
“ – É a primeira vez que vejo um oráculo perguntando” – Respondeu Regulus...
“– Oraculo ?? EU ??” – Lynnes era puro êxtase.
“ – Voce não havia percebido ainda ? Voce nunca se deu conta da superficialidade deste mundo ? ”
Lynnes estava tão feliz que se aproximou de Regulus e sentou-se ao lado dele, como se fosse amiga dele por muitos anos.
Percebera que a garota era um misto de sensações, ela estava feliz por estar se descobrindo, mas ele sabia que o preço disto era alto e ainda não era tempo. Por não saber o que dizer para não prejudicar a garota, buscou a frase mais comum entre as pessoas que não sabem iniciar uma conversa.

“– A Lua está linda no Céu.” – falou o rapaz
Lynnes olhou para a Lua, compenetrada e feliz... afinal suas teorias estavam certas, havia algo além do que se mostrava no mundo, havia um desafio maior a ser conhecido, a ser aceito, a ser admirado.

“– Senhor Regulus ... Eu posso fazer uma pergunta?
“ – Fala
“ – Todo filho de Luna é assim bonitão como o senhor ?
Regulus arqueia a sobrancelha ao ouvir a pergunta e rapidamente Lynnes se apressa em mudar a pergunta... Antes entretanto, obtém sua resposta.
“ – Não costumo ouvir isso”
“ – O senhor só foi em meu auxilio por saber que eu era um Oraculo ?”
“– Não aceito injustiças, mesmo que fosse você contra um, ainda seria injustiça. Vocês mulheres são mais frágeis, embora tenham uma habilidade de se desviar muito aguçada, vocês foram criadas para serem protegidas fisicamente
“ – Puxa.... .
“– o homem fala em avanço, mas cada dia age mais como uma fera ao despertar. Basta estar em grupo, ou ser contrariado e este lado aparece em segundos e o domina por minutos ou horas, em alguns casos pela vida inteira. – Ao terminar lembrou-se de seu amigo Braz, este era o tipo de conversa que ele gostaria de ter e com certeza ficaria felicíssimo em conversar com o Oraculo não desperto que estava ao seu lado.

“ – Puxa...o Senhor lutando foi fabuloso, o senhor é muito focado na luta. ”
“ - Focado ? Eh! Pode-se dizer isto.
“ – Eu queria tanto ser assim, focada, saber o que diz... mas tenho vergonha de ser assim, culpa do meu passado.
“ - Na boa isso é bobagem Pois o passado não nos impede de nada, ele serve de escada pra seguirmos adiante
“ – Mas... algumas cicatrizes não fecham....”
“ - uhum você além d bonita é esperta.” E prossegue:
“ – Não fecham e não fecharão, assim como algumas dores nunca passarão. Voce tem que aprender a conviver com elas.”
“ - Mas dói tanto”
“ – sempre vai doer, mas depende de você ficar parada em sua própria dor, ou aceitar esta dor como uma mola propulsora para você seguir adiante.”
“ – Senhor Regulus... Muito obrigada.”
“ – Eu a levarei até sua casa. Luna não iria querer que você se arriscasse novamente esta noite.”

Os olhos verdes brilharam de alegria, iria ter uma escolta até sua casa, era realmente uma noite memorável.

“ – Senhor Regulus, eu o verei de novo ?”
“ – Quando for tempo, Por que ?”
“ – Eu posso pedir uma coisa para me recordar do senhor ?”
“ – peça”
“ – O senhor pode se abaixar um pouquinho ?”

Regulus pensou por um segundo e achou o pedido simples, afinal, em sua forma humana ele tinha 1,90 altura, e Lynnes tinha apenas 1, 70.. ela era baixinha para ele.

“ Esta bem.”
Quando Regulus atendeu o pedido de Lynnes, pode sentir um toque cálido em seus lábios, eram os lábios de Lynnes lhe dando um beijo. Beijo este que ele retribuiu. Ao afastar seu rosto, viu uma garota extremamente vermelha e feliz

“ Muito obrigada senhor Regulus... até breve...”
E fecha a porta.
Regulus caminha de volta para seu lugar inicial pensando..
“Ha! tô ficando velho, eu ganho um beijo e a mulher que me agradece”



FIM


OBS. O personagem Regulus pertence a obra de Tiago Garou, ( espero que ele não me processe por direitos autorais.)
Regulus e demais personagens encontram-se na aventura criada por Tiago no site http://lobovisao.blogspot.com/view/classic