quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Coração Ferido



Finalmente o grupo de amigos se encontra no local e hora combinados.
Allyson vai dirigindo, Carlos vai no banco do carona, as três garotas seguem no banco de tras, Marcela tem o mapa nas mãos, ficou no meio entre Pamela e Adriana para orientar melhor os rapazes pelo caminho a seguir. Pamela estava passando um creme para proteger os cabelos do sol e Adriana estava lembrando de uma conversa que teve com seu amigo, entretanto ela fora mal compreendida. E Não houve tempo para esclarecer.

“ – Voce riu de mim !!!” – Esbravejava Garou.
“ – Claro que não, eu não iria rir de você” – respondia Adriana
“ – Claro que não, é mais cômodo pra você dizer que não” – retrucava o amigo
“ – Garou, isto é um mal-entendido... eu ri da piada, não de você.”

Garou e Adriana eram muito amigos e muito unidos, tanto que muitas vezes um conseguia sentir a tristeza ou alegria do outro

“ – Voce riu!” – afirmava o rapaz.
“ – Claro que não! Jamais iria rir de você. Eu jamais iria rir de alguém, ainda mais de você.” – Afirmava a garota.
O caso era simples, Garou estava tenso, tivera uma semana péssima, qualquer coisa o faria explodir. Adriana por outro lado, teve uma semana mais tranqüila que o amigo, quando os dois se encontraram era obvio que qualquer atitude impensada causaria uma briga. Garou havia contado um fato para a amiga, que abriu um sorriso para acalma-lo e em seguida riu imaginando a cena que havia sido descrita por ele com bonecos de lego.

Este fora seu erro. Garou não aceitava os inúmeros pedidos de desculpa da amiga.

“ – Eu não ri de você, eu errei por fazer você pensar isso, me desculpa”
“ – Como pode fazer isto comigo ??”
“ - Eu jamais iria rir de você, Que Zeus jogue um raio divino em mim se eu fiz isso, prefiro a morte a rir de você” – justificou a garota.
“ – Eu jamais imaginei que você iria rir de mim... Justo você, que eu tinha como minha melhor amiga” Disse Garou e se afastou caminhando
“ – Mas... Garou...”
Adriana ainda correu atrás do amigo, mas não teve coragem para toca-lo e faze-lo parar... apenas ficou observando a silhueta do amigo sumir de sua vista. Doia em sua alma a frase que ouvira “Eu tinha como minha melhor amiga”. O coração de ambos estava machucado. Dias depois soube que ele havia falecido em um trágico acidente...

“ – Voce concorda também Dri ?” – Perguntou Marcela, trazendo Adriana de volta ao tempo presente.
“ AH ? Desculpa, eu tava longe” – falou a garota
“ – Percebi” – sorriu a amiga. “ – Acha melhor descansarmos antes de seguir, ou prefere para ao anoitecer ?” Questionou Marcela.
“ – Parar agora... minhas pernas estão dormentes” – reclamava Pamela
“ – Bem.... acho que já temos uma resposta..” – sorriu Adriana, aprovando a idéia de Pamela.
“ – Bom, garotas... vamos parar naquela lanchonete de beira de estrada”
Carlos e Allyson decidiram seguir após o almoço, Carlos em especial não gostava da idéia de agir de estomago vazio.

“ – Estava pensando no incidente Dri ?” Questionou Marcela
“ – Parece que voce le minha mente. Sim eu estava pensando.” – Respondeu
“ – Ainda se culpando ?”
A garota apenas balança a cabeça confirmando.
“ – Acho que está sendo muito dura com você.”
“ – Sabe... “ – falou Adriana “ – Doeu muito e ainda dói lembrar as palavras dele, eu fui acusada de algo que não sou e isso tem machucado meu coração”
Marcela abraça a amiga, ela sabia que nada doía mais do que ser acusada injustamente. Ainda mais por quem tanto se estima.
“ – ObA ! Hora do abraço coletivo!!!!!!!!” – falou entusiasmada Pamela, Logo, Marcela e Adriana estavam a sorrir novamente.
“ - Bom garotas.. hora de seguir viagem...” - Falou Allyson quando se aproximou.

Cada um carregava uma dor em seu coração, uma dor que não havia cura, um fantasma que saia de sua tumba para lembrar o erro de cada um... A injustiça sofrida por cada um sem ter a chance de se defender. Seus fantasmas eram os acusadores, os juízes, os jurados... e sempre a sentença era a mesma: culpado !


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